Muito eu quis que tivesse dado certo. E por muito me senti culpado. Ainda me culpo.
Mas hoje sei que assim devia ser. Fomos um para o outro mais que amantes. Fomos aprendizado. Tanto aprendi com o que não vivemos, que chega a ser difícil aceitar que tenha sido essa a maneira mais fácil de conhecer o amor. Retiro o fácil. De fácil nada teve. Quão difíceis foram as noites e noites remoendo, chorando. E todos os meus dias foram noites. Hoje te deixo ir, não desesperado, como sempre me imaginei, mas certo de que era o melhor a ser feito. Sabe, hoje tudo que passamos me faz sentido. Tudo se fez necessário acontecer. A nossa imaturidade se desfez. Desfez-se junto com a necessidade de termos um ao outro. E junto o amor também se foi.
Se há algo que eu gostaria que você levasse de mim é a certeza de que o amor existe. Ame. E ame com tudo que puder. Não foi porque não demos certo que ele deixou de existir. Ele apenas espera a hora certa de se mostrar. Assim como essa era a hora certa de me dar conta que nossa história ficou no passado. Um passado pelo qual sempre serei grato. Passado que guardo com carinho. Um carinho tão grande que foi capaz de molhar esta carta que te escrevo, as lágrimas insistiram em passear pelo meu rosto e alcançaram o papel.
Prefiro terminar esse texto como a nossa história terminou, sem um final. E se houve um final, nunca saberemos ao certo quando foi. Uma história que também não teve começo. Uma história sem ‘era uma vez’ ou ‘foram felizes para sempre’. Mas que foi, sem dúvida, uma linda história de amor.
(15/06/2010)